e assim. todas as coisas são maiores que o olhar.
penso em como os dias costumavam passar tão lentos. como costumavam dar para neles enfiar tudo e mais o resto do mundo inteiro. tinha pressa de viver, e parecia que nada se resolvia a deixar-me ser.
hoje os dias passam tão depressa, depressa de mais. e os anos sucedem-se uns aos outros no mesmo corropio inexorável em que os dias se vão. parece que já pouco cabe neles – nos dias, e nos anos. e eu tenho saudades. saudades de nunca ter crescido devagar. de nunca ter podido. de não ter aprendido a caminhar.
tenho saudades dos tempos dos dias grandes e vagarosos. aqueles dias em que eu conseguia comprimir o dobro das horas, e as passava a sonhar e a olhar o vagar do tempo a passar. e porque me não lembro desses tempos senão de sol?
© Nina Light CC-BY-NC-ND
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